Edição 222 – Novembro/Dezembro de 2000
 Rlam: 50 anos cada vez mais refinados

Rlam: segunda maior refinaria da Petrobras



Unidade pioneira da indústria de petróleo no Brasil



Engenheiro Agrônomo Landulpho Alves de Almeida (1893-1954)

Quem foi Landulpho Alves
Landulpho Alves de Almeida, engenheiro agrônomo, nasceu em 1893, no município de Santo Antônio de Jesus / BA. Foi um dos mais ardorosos defensores da nacionalização do petróleo e da criação da Petrobras. Autor de livros, monografias e artigos sobre o petróleo, Landulpho Alves faleceu no Rio de Janeiro, em 1954 - com 61 anos. Landulpho foi nomeado Interventor Federal da Bahia no governo Getúlio Vargas. Fundou o Arquivo Público, o instituto Normal e a Escoa de Agronomia de Cruz das Almas. Também lançou o primeiro plano rodoviário do estado e incentivou a lavoura e a pecuária. Eleito senador pela Bahia, foi membro da Comissão de Agricultura e Economia.

A Refinaria Landulpho Alves chega aos 50 anos com espirito jovial: tendo acompanhado as evoluções tecnológicas e administrativas ao longo desse meio século, é hoje uma das mais modernas, eficientes e produtivas, ocupando o segundo lugar no ranking do Sistema Petrobras.
Há motivos de sobra para comemorar: a capacidade de processamento da Rlam permite o refino de até 307 mil barris de petróleo e LGN por dia, produzindo 43 derivados destinados principalmente às regiões Norte e Nordeste do país.
Os números são impressionantes: são 80 mil válvulas, 1.230 bombas de processo, 190 turbinas a vapor, 66 compressores e 2,160 motores elétricos, num parque industrial por onde circulam cerca de 6,5 mil pessoas diariamente.
A Rlam foi construída antes mesmo da criação da Petrobras, que herdou a unidade do antigo Conselho Nacional do Petróleo. A construção data de 1949 e a entrada em operação da então chamada Refinaria Nacional do Petróleo ocorreu em 17 de setembro de 1950. Em meio século de operação, a produção passou de 2,5 mil para 307 mil barris de petróleo processados por dia.
As conquistas da refinaria são reflexo de grandes investimentos: US$ 1,5 bilhão em modernização foram aplicados nos últimos anos. Foram construídas duas novas unidades, a U-32, de Destilação Atmosférica e a Vácuo - que dobrou a produção da refinaria quando entrou em operação em 1997 - e a U-39, de Craqueamento Catalítico Fluido para Resíduos de Vácuo e Gasóleo - que triplicará a produção de gasolina quando entrar em operação, em 2001.
A mais antiga refinaria do Sistema Petrobras foi também a primeira totalmente certificada nas normas ISO 9002, ISO 14001 e BS 8800, que atestam a excelência em processos e produtos, gerenciamento ambiental e gestão em saúde e segurança.

História
O município de São Francisco do Conde, localizado às margens da Baia de Todos os Santos, foi o local escolhido pelo governo federal para instalar a primeira beneficiadora de petróleo estatal do país.
A segunda unidade pioneira da indústria de petróleo no Brasil - em idade perde apenas para a Refinaria Ipiranga, construída pela iniciativa privada na década de 30 - a Refinaria Landulpho Alves começou a ser construída em 1949, pela americana M. W. Kellog. A Refinaria Nacional do Petróleo, mais conhecida como Refinaria de Mataripe, entrou em operação em 17 de setembro de 1950, processando diariamente 400 m³ de petróleo, provenientes dos campos do Recôncavo Baiano. Quatro anos depois, sua capacidade foi duplicada com a instalação de uma unidade de Craqueamento Térmico.
O desenvolvimento dos campos baianos, no final dos anos 50, levou a uma nova ampliação da capacidade de processamento, que passou para 42 mil barris de petróleo por dia. Nessa época, entraram em operação as unidades de óleos leves e a refinaria começou a produzir óleos lubrificantes e parafinas.
Em 1966 teve incorporada a Fábrica de Asfalto de Madre de Deus, possibilitando a auto suficiência desse produto na região Nordeste. Com a criação de um pólo petroquímico na Bahia, a partir de 1978 a Rlam ampliou a produção de nafta. Nos anos 80, a capacidade da Refinaria ultrapassava a produção de petróleo no Estado, por isso a necessidade de serem construídos os primeiros dutos interligando a Rlam com o porto de Madre de Deus. Em 1984 a Rlam iniciou a produção de querosene de aviação e mormalparafinas.
Em 1997 foi concluída a ampliação da Unidade de Destilação Atmosférica e a Vácuo U-32, que elevou sua capacidade de refino de 120 mil para 307 mil barris/dia, resultado de um investimento de US$ 530 milhões.
Em 50 anos, a Refinaria Landulpho Alves consolidou-se como uma das maiores unidades petrolíferas em um mercado cada vez mais competitivo. Hoje a Refinaria Landulpho Alves é a segunda do Sistema Petrobras em capacidade e complexidade, podendo processar até 48,7 mil m³ por dia. São 43 produtos, entre os quais se destacam a gasolina, diesel, GLP, nafta e lubrificantes. O faturamento da Refinaria em 1999 atingiu a cifra de R$ 4 bilhões - a previsão para este ano é faturar R$ 5,5 bilhões.
Nos últimos anos, o destaque também se refere à automação da empresa. Todas as unidades foram reinstrumentalizadas e interligadas ao Sistema Digital de Controle Distribuído - SDCD, por meio do Centro Integrado de Controle. A meta é implantar o Controle Avançado em toda a refinaria até 2001, o que irá possibilitar o controle automático das flutuações ocorridas durante a produção e otimizar o processo. Utilizar foto da página 8 do folder.

Próximos 50 anos
A Rlam etá dando mais um passo rumo ao desenvolvimento integrado, investindo cerca de US$ 630 milhões em novos projetos para se tornar cada vez mais competitiva. O ponto de partida é a construção da Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido para Resíduos de Vácuo e Gasóleo U-39 - a maior unidade deste tipo na América Latina - que transformará gasóleo e resíduos em derivados de alto valor agregado. Só esse projeto consumiu US$ 460 milhões e, quando entrar em operação, vai aumentar em 186% a produção de gasolina - que alcançará a marca de 3,2 milhões de m³, 943 mil toneladas de GLP e 231 mil toneladas de propeno por ano. Acompanhando a unidade, foi necessário implantar outras unidades de utilidades. Em parceria com a ABB Energy Venture, a refinaria também está investindo na construção da Termobahia, a primeira termelétrica a gás natural do Estado. Resultado de um investimento de US$ 230 milhões, a central terá capacidade de gerar 460 MW e 350 toneladas de vapor por hora, destinados ao consumo da própria Refinaria. A partir de 2005, os planos da Refinaria são adaptar parte de suas instalações produtivas para processar o Marlim, um tipo de petróleo que requer investimentos em equipamento específico. A unidade utilizará tecnologia desenvolvida pelo Programa de Tecnologia de Refino do Cenpes - Proter. Atualmente esse tipo de petróleo - mais pesado - só é processado nas refinarias de São Paulo e Parana, porque suas características exigem unidades de coque e hidrotratamento diferentes. Com a substituição da instrumentação, o SDCD passou a monitorar a área de processo em 1998. 31 unidades estão interligadas, mas ainda falta colocar na rede, unidades de transferência e estocagem, que são automatizadas localmente. Agora, a proposta é implantar o Controle Avançado, que vai otimizar a operação das unidades.