Como estará o pólo petroquímico de Triunfo
/ RS ao final da década? A questão já preocupa
tanto os acionistas quanto os executivos e engenheiros das oito
empresas ali presentes.
O aumento na concorrência e a restrição no fornecimento
de matérias-primas petroquímicas tem deixado pouco
espaço para crescimento.
Projetos não faltam: só para atender plenamente a
capacidade instalada das sete empresas de segunda geração,
a Copesul teria que ampliar em 175 mil toneladas anuais a produção
de eteno.
Mas os únicos sinais de aumento no fornecimento de matéria-prima
dizem respeito a uma ampliação na produção
de propeno na Refap que ainda estuda a disponibilidade de
uma corrente de eteno e etano para a produção de estireno.
A Copesul até que poderia buscar na importação
o suprimento extra de matéria-prima. Para isso, teria que
fazer um debottleneck na planta 2. Mas a empresa não considera
viável economicamente o investimento. Não seria
um grande aumento na capacidade, para um investimento elevado,
conta a executiva da Unidade Comercial da Copesul, Karim Hans.
A disponibilidade de gás de refinaria da Refap, a princípio,
não atenderia ao déficit de todo o pólo, e
mesmo a Copesul não teria atualmente capacidade para processar
essa matéria-prima.
Mas a sua configuração confere ao pólo petroquímico
de Triunfo uma certa vantagem em relação aos outros
pólos petroquímicos nacionais e até
mesmo aos futuros empreendimentos, que não terão produção
de aromáticos. Há espaço para os crackers
baseados tanto em nafta quanto em gás. E, em nafta, o mais
competitivo dos pólos nacionais é o de Triunfo,
comenta Flávio Barbosa, superintendente da Innova.
O segredo talvez transpor aquela barreira do conflito de interesses
e colocar numa mesma estratégia todos os projetos das empresas.
O futuro desse pólo é pensar algo de forma integrada,
em que os players possam participar conjuntamente, avalia
o diretor superintendente da Ipiranga Petroquímica, Paulo
Roberto Magalhães.
Temos que nos ver no pólo como sendo um pólo,
e lutarmos pela sua sustentabilidade. Enquanto nos vermos como empresas
independentes, não alcançaremos uma escala de competição
internacional, completa o superintendente da Petroquímica
Triunfo, César Mansoldo.
|