|
Edição 287 2006
|
Fator 45 |
|
Pravap coordena desenvolvimento de tecnologias
que viabilizam aumento do fator de recuperação em reservatórios |
A Petrobras irá instalar no campo de Albacora, na Bacia
de Campos, um sistema chamado Raw Water Injection RWI, de injeção
submarina de água do mar no reservatório com o objetivo
de aumentar a produção hoje na casa dos 116 mil
barris/dia. A idéia é colocar uma bomba no subsolo marinho
para captar a água diretamente do fundo do mar que contém
uma quantidade menor de sólidos e injetar em oito novos
poços na área.
O projeto é um exemplo de tecnologia viabilizada pelo Programa
de Recuperação Avançada de Petróleo
Pravap, desenvolvido no Centro de Pesquisas da Petrobras. Esse
é um bom exemplo para mostrar que recuperamos um índice
maior de óleo no reservatório. O projeto de injeção
de água no Campo de Albacora só foi viabilizado, em
termos econômicos, por conta dessa tecnologia que foi desenvolvida
dentro do âmbito do Pravap, comenta o coordenador do Programa,
Ricardo Cunha Mattos Portella.
Os testes de bancada mostraram a viabilidade técnica do RWI.
O equipamento para injeção de água está
em construção e deverá ser instalado no próximo
ano. Uma das vantagens é desonerar as plataformas de novos
equipamentos que seriam necessários principalmente para
as unidades mais antigas, como é o caso das plataformas P-25
e P-31, que estão instaladas no campo de Albacora.
No ano passado a Petrobras investiu R$ 45 milhões nos projetos
ligados ao Pravap o que inclui o custeio da mão de obra
do Cenpes e de outras unidades envolvidas nos projetos. Sob a coordenação
de Portella estão 73 projetos ativos com mais de 150
pesquisadores.
O novo cenário exploratório mundial
marcado por descobertas cada vez mais escassas e reservatórios
já maduros coloca o desenvolvimento de novas tecnologias
que aumentem a eficiência na recuperação na lista
de prioridades das petroleiras. O objetivo é aumentar, ao máximo
possível, o índice de recuperação
que podem passar dos 40% na maioria dos casos em que são aplicadas
tecnologias de recuperação avançada.
O método mais utilizado pela Petrobras é a injeção
de água em terra, também é bastante utilizada
a injeção de vapor para aumentar a recuperação
dos campos. Até pouco tempo tínhamos vários
projetos de injeção de gás para recuperação
secundária, que tem algumas vantagens quando o reservatório
já tem naturalmente uma capa de gás. Mas, como o insumo
virou uma commodity de valor, é mais vantajoso comercializar
do que injetar para recuperação secundária. Praticamente
todos os projetos de recuperação são realizados
com injeção de água que é um recurso
mais abundante, especialmente no mar.
Além do projeto de otimização da injeção
de água, a carteira do Pravap inclui estudos sobre acidulação
biogênica que lida com o problema de geração
de H2S dentro dos reservatórios causada pela injeção
de água e sobre as incrustrações salinas
no reservatório e na coluna de produção do poço
causadas pela mistura da água do mar com a água de formação
do reservatório, que vão obstruindo os tubos do poço
produtor.
A existência de heterogeneidades no reservatório é
um dos problemas existentes na recuperação secundária
que causam ineficiência do processo porque podem criar
canais preferenciais para a água deixando uma grande parte
do óleo no reservatório. Uma das soluções
pesquisadas é o uso de polímeros seletivos a água
nos poços produtores. Este processo chamado Selepol bloqueia
os canais preferenciais de produção de água,
não interferindo nas zonas de óleo permitindo assim
uma maior recuperação. O processo já foi utilizado
com sucesso em campos terrestres, e o desafio no momento é
utilizá-lo no campo de Marlim os testes deverão
ser efetuados até primeiro semestre do próximo ano.
Qual é o momento exato?
O pensamento da indústria é iniciar a injeção
de fluidos no reservatório junto com a produção
do campo. Na Petrobras, por exemplo, quase todos os novos projetos
já trazem um projeto de recuperação secundária.
As (raras) exceções são os casos em que as características
do óleo ou o ponto de pressão de saturação
permitem aguardar a queda na pressão para dar inicio aos projetos
de injeção.
Idealmente, já pensamos em injetar água desde
o inicio da produção da plataforma, para manter a pressão
do reservatório no mesmo nível observamos mais
vantagens no uso dessa metodologia, do que arriscar criar capas secundárias
de gás no reservatório que trarão diversos problemas
para a produção do campo, explica o coordenador
do Pravap.
Portella não arrisca cravar um número exato, mas calcula
que, em campos em que foram implantadas essas tecnologias, o fator
de recuperação poderá crescer de 1% a 5%.
O Pravap também atua na área de recuperação
terciária de petróleo que inclui métodos térmicos
e miscíveis entre outros. Um dos projetos diz respeito a determinação
da pressão de imiscibilidade do CO2 com o óleo
para dar suporte à injeção de CO2 em campos localizados
na Bacia do Recôncavo.
Temos vários projetos na área de injeção
de vapor contínua e a injeção de vapor cíclica
quando injetamos vapor em um poço, aguardamos um tempo
e depois produzimos por aquele mesmo poço. E também
projetos para estudos de combustão in situ quando injetamos
ar para promover uma combustão das partes mais pesadas do petróleo,
o que aquece e recupera a parte leve do óleo. |
|
|
Na Edição
impressa |
|
Petrobras fará
estudo de impacto ambiental da Refinaria do Nordeste |
|
AIE mantém
previsão de demanda global para 2006 e 2007 |
|
Baker adquire
empresa química da Holanda |
|
Chevron lança
novos fluidos sintéticos |
|
BP fecha campo
de petróleo de Prudhoe Bay |
|
SGS assina parceria
com QSE para atuação no mercado de dutos |
|
Paradigm conclui
a aquisição da Earth Decision |
|
Flexomarine amplia
exportações |
|
Petrobras assina
contrato para aluguel de seis sondas |
|
Petrobras vai
investir US$ 22,1 bi na área de gás e energia |
|
Opep defende
mistura de álcool à gasolina |
|
GasLocal inicia
fornecimento de GNL |
|
Prysmian inicia
operações no ES |
|
Petrobras lucra
R$ 13,6 bilhões |
|
Matéria-prima
segura lucro de petroquímicas |
|
Petrobras investirá
US$ 14,2 bi em Abastecimento |
|
Preços
do Gás dificultam expansão química |
|
Suzano Petroquímica
inova modelo de comando |
|
Programa Atuação
Responsável consolida gestão globalizada |
|
Braskem e parceria
norte-americana cobrem área de saúde ocupacional |
|
Projeto prevê
criação de Escola Técnica do Petróleo |
|
Medida da ANP
diminui teor de enxofre do diesel vendido no país |
|
Auto-suficiência
em petróleo na Argentina pode estar perto do fim |
|
Petrobras discute
possibilidade de associação com Petroperu |
|
Chávez
tenta estreitar laços energéticos com a China
|
|
|
|