Os trabalhos realizados nos campos de Albacora injeção de água e Barracuda adensamento da malha deverão elevar em 73 mil barris a produção diária na Bacia de Campos, onde a Petrobras já registrou aumento de 32,4% para 35,4% no fator de recuperação com a aplicação de novas tecnologias. Só na Bacia, a Petrobras irá investir US$ 9,3 bilhões entre 2007 e 2012 em tecnologias para aumentar a extração de petróleo que nem era contabilizado como reserva provada porque sua produção não era viável há até poucos anos. “A vantagem é que você já tem nesses campos uma infra-estrutura implantada”, avalia o gerente geral da Unidade de Negócios da Bacia de Campos, Carlos Eugenio Melro da Ressurreição.
Em Albacora, a Petrobras irá perfurar 19 novos poços sendo dez produtores e nove injetores para melhorar a drenagem dos reservatórios, além de instalar o sistema submerso de injeção Raw Water Injection. “Nesse campo já temos resultados com a auto-injeção”, ressalta Carlos Eugenio.
No campo de Bonito reservatório carbonático de baixa permeabilidade a Petrobras irá perfurar um poço horizontal de longo alcance multifraturado para elevar o fator de recuperação. Membro Siri, reservatório do campo de Badejo que chegou a ser anti-econômico, poderá chegar a um novo pico de produção quando estiverem implementadas soluções para produção de óleo pesado.
Em Marlim onde a Petrobras já registra ganhos de produtividade após o uso da sísmica 4D para mapear o deslocamento do óleo no reservatório e a partir disso definir a estratégia de perfuração de poços o volume a ser extraído ainda justifica um grande investimento na perfuração de 20 novos poços e na instalação de processo de separação submarina que aumenta a produtividade sem alterar as instalações das já saturadas plataformas. “Somente na Bacia de Campos a Petrobras prevê dobrar para 2 milhões de barris por dia a injeção de água, mantendo a produção de petróleo”, ressalta o executivo.
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Carlos Eugenio: vantagem de ter infra-estrutura implantada |
Carlos Eugenio destaca a implantação do sistema de gerenciamento digital integrado Gedig. “Uma forma de trabalhar integrada, que reúne engenheiros de várias especialidades, geólogos, geofísicos e técnicos, que permite o monitoramento do campo em tempo real e agiliza os projetos que vão ser implantados”. Depois do primeiro piloto, realizado no campo de Carapeba, a Petrobras prevê aplicar o método em outros seis campos.
Atualmente, a produção total na Bacia de Campos é de cerca de 1,5 milhão de barris/dia, dos quais 800 mil barris/dia oriundos desses campos maduros. O programa de manutenção da produção de campos maduros deve manter a produção estabilizada até o final da década caso o programa não fosse implementado, em 2010 a produção desses campos cairia para 511 mil barris/dia, uma diferença que equivale a duas plataformas de grande porte. Em 2015, as tecnologias de recuperação vão fazer com que a produção se mantenha em 562 mil barris/dia sem as ações a produção ficaria em 296 mil barris/dia.
Vários desses projetos fazem parte do Programa de Revitalização de Campos com Alto Grau de Explotação Recage, lançado pela Petrobras há três anos para aumentar a vida útil de campos que já ultrapassaram o pico de produção previsto pelo projeto original.
Um dos exemplos bem sucedidos desse programa é o campo de Carmópolis, na Bacia de Sergipe que a Petrobras prevê ampliar em 18 anos sua vida útil com aumento do nível de injeção de água.
Pelo menos 40% das reservas e 55% da produção da companhia estão localizadas em áreas que justificam o esforço de revitalização baseado não só nas tecnologias convencionais, como a injeção de água, mas também na injeção submarina, bombeio centrifugo submerso, utilização de poços horizontais com trechos longos multifraturados e sísmica 4D. Em paralelo, a Petrobras tem investido na busca por novos campos próximos às estruturas de produção já instaladas. Em tempos do barril batendo a casa dos US$ 80, a ordem é aproveitar a capacidade ociosa de algumas de nossas unidades e investir em grandes descobertas.
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