German Efromovich, presidente da Marítima Engenharia, quebrou o silêncio
de quase um ano e falou sobre os contratos com a Petrobras. Quase num
desabafo, German lotou uma sala de documentos e afirmou que nunca conseguiu
sentar para negociar aquelas dúvidas com a estatal. Iria, portanto, à
justiça - no Brasil e Reino Unido - solicitar um total de US$ 2 bilhões
em indenização por quebra de contrato, lucros cessantes, prejuízos morais
e materiais.
O estopim foi a coletiva em que a Petrobras afirmava que a P-40, que estava
sendo entregue naquela semana, não era obra da Marítima e que esta empresa
havia causado prejuízo à produção do campo de Marlim Sul de US$200 milhões
com a entrega atrasada da unidade. Mas a briga é mais antiga, começou
com o início da gestão de Reichstul. “De fato, no caso da P-40 não existe
relação contratual entre a Petrobras e a Marítima. Somos prestadores de
serviço à Mitsubishi”, afirmou German. As únicas negociações diretas entre
as duas empresas limitaram-se aos extras e às mudanças introduzidas pela
Petrobras.
O presidente da Marítima apresentou documentos com as 96 modificações
solicitadas para a P-40. Essas modificações incluíam revisão no esquema
de produção, modificação nos materiais dos turbo compressores (para serem
resistentes a CO2), inclusão de sistema de amarração, inclusão de turbo
geradores, novas estruturas e reforço, transporte para o Brasil (modificado
de via úmida rebocada dentro d´água para via seca, sobre navio). Segundo
a Marítima, o impacto das mudanças, apresentado à Petrobras e nunca contestado
- ou aprovado -, era de 15 meses e US$ 130.403.089,00.
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