Montagem de instalações para a indústria de óleo e gás está
sendo o grande indutor das empresas de engenharia. |
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A exemplo da campanha que vem desenvolvendo para qualificar tecnicamente
seus fornecedores de equipamentos, a Petrobras prepara o lançamento
de um Programa de Avaliação e Pré-Qualificação de Empresas Prestadoras
de Serviço de Engenharia. “Estamos desenvolvendo um plano de qualificação
para essas empresas nacionais e estrangeiras. Enviaremos um questionário
para as empresas prestadoras de serviço de engenharia, e, um grupo
de técnicos realizará auditorias. O objetivo é ter uma clara visão
do cenário”, adianta o diretor da Área de Serviços da Petrobras, Irani
Varella.
O programa, baseado em novas regras de desempenho, performance e confiabilidade,
será posto em prática no primeiro semestre de 2003, quando deverão
ser definidos os itens críticos para o questionário. Uma centena de
empresas do segmento deverá ser auditada – quem não atingir as especificações
poderá ser retirada do cadastro de da Petrobras.
Como projeto-piloto para esse programa, a Petrobras utilizará o mesmo
piloto do Programa de Avaliação que vem sendo realizado com 20 estaleiros
– sete nacionais e 13 estrangeiros. “Estamos desenvolvendo também
um plano para qualificação de estaleiros. Temos uma grande quantidade
de obras que vão utilizar a indústria naval”, conta Varella.
Para o diretor, o objetivo desses programas é ter um cadastro de fornecedores
qualificados para a demanda da Petrobras – os critérios servirão,
inclusive, para nortear a inscrição de novas empresas no cadastro
de fornecedores da companhia. “Estamos fortalecendo nosso cadastro
de fornecedores. Isso permite uma análise mais consistente, de quem
serão as empresas convidadas para prestar serviços”.
Tendências
Especificar o projeto, e entregar a um “EPCista”. Essa tem sido a
tendência internacional no setor de petróleo e gás. “A gerência varia
em cada empreendimento, mas vemos uma tendência cada vez maior de
especificar o projeto, e darmos aos executores as condições técnicas”,
conta o diretor da Petrobras.
Essas variações, segundo Varella, ocorrem dependendo da estratégia,
tempo, competitividade, ou capacidade das empresas prestadoras de
serviço. “Cada vez mais estamos diminuindo aquela forma fragmentada
de fazer, em que somamos todas as partes. Há uma tendência de cada
vez mais dar a alguém – nós especificamos o produto e fiscalizamos”.
Outra tendência em que a Petrobras vem imergindo é a adoção de critérios
de Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional em suas licitações.
“De alguma forma, para ser convidada a empresa tem que ter apresentado
um programa de redução de acidentes, ou um indicador que seja considerado
razoável. Esse conjunto de questões irá se somar a essa questão da
qualificação”.
Dificuldades
Montagem de instalações para a indústria de óleo e gás está sendo
o grande indutor das empresas de engenharia – pelos dados da ANP,
serão investidos US$ 35 bilhões nos próximos cinco anos. Sem contar
com grandes volumes destinados à infra-estrutura, as empresas do setor
voltam suas atenções para a construção de plataformas de petróleo,
plantas de processamento, dutos e usinas termelétricas.
No setor, todos acreditam na capacidade da indústria brasileira de
ganhar a maior parte dos contratos – otimismo que se baseia no moderno
parque industrial instalado. Apesar disso, existem alguns obstáculos
que precisam ser superados. Para a Abdib, questões tributárias e logísticas
dificulta o desenvolvimento do setor.
Uma das reivindicações da entidade junto ao Governo e o BNDES é o
financiamento de projetos de engenharia – algo semelhante às agências
americana TDA ou à canadense Cida, que reconhecem nas empresas de
engenharia agentes para condução de sua política comercial externa.
Uma pesquisa realizada pela agência americana aponta um retorno de
US$ 37 para cada US$ 1 financiado.
Pela regra vigente no BNDES, os projetos de engenharia isoladamente
não se financiam, uma vez que não se vinculam à nenhuma exportação
de bens – o argumento de empresários do setor é que um projeto desenvolvido
a partir do Brasil agrega pelo menos 40% de produtos nacionais.
A Abdib promete também entregar aos novos ministros do Desenvolvimento
e de Minas e Energia, um estudo mostrando que uma plataforma de petróleo
pode ter elevado índice de nacionalização, atingindo até 60%, com
peças e componentes sendo produzidos no País.
O estudo da Abdib mostra ainda que o País pode avançar tecnologicamente
conforme aumente a escala na produção de plataformas.
Já a Abemi propõe a elaboração de um Catálogo Brasileiro de Engenharia,
levantando todas as atividades de projeto, construção civil e montagem
realizadas por empresas brasileiras no exterior, que pode se constituir
em um instrumento de venda para as empresas, e de treinamento dos
diplomatas brasileiros. |
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