O relatório elaborado pela Agência Nacional do Petróleo, em conjunto com
a Marinha, sobre o acidente com a plataforma P-36, chegou às mesmas conclusões
que a Petrobras: a causa para o acidente foi um conjunto de fatores. "A
lei de Murphy funcionou nesse caso: tudo que poderia dar errado deu",
disse o diretor-geral da ANP, David Zylbersztajn.
A comissão não estabeleceu nenhuma responsabilidade, apenas recomendando
um melhor treinamento de pessoal para emergências e uma revisão na classificação
de áreas de risco da plataforma.
As conclusões do relatório apontam que a principal causa do acidente foi
a falha em uma válvula que permitiu que água e óleo entrassem em um tanque
que estava desativado.
A drenagem do tanque de bombordo - de onde viriam água e óleo - começou
na noite anterior ao acidente e não foi supervisionada. A bomba que faria
esse trabalho demorou 54 minutos para funcionar. Nesse meio tempo, um
fluxo de óleo e gás foi parar no tanque a boreste.
Quando a pressão tornou-se muita alta, o tanque rompeu-se, espalhando
gás por toda a coluna da plataforma. Com a coluna tomada pelo gás, ocorreu
a explosão.
O relatório também constatou que as chances de evitar o naufrágio da P-36
eram mínimas. Apesar de possuir as certificações e licenciamentos em ordem,
a comissão detectou não-conformidades no projeto e nas operações da plataforma,
nada considerado fora do comum pela Marinha, segundo o almirante Euclides
Janot, diretor de Portos e Costas da Marinha.
O relatório será remetido ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas
da União e ao Tribunal Marítimo, que poderão apontar responsabilidades
pela tragédia.
|